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domingo, 25 de abril de 2010

A Microsoft vai demitir Steve Ballmer?


Steve Ballmer
Steve Ballmer: cuidado para não cair, Steve!

    Começa a ganhar força a previsão de que os acionistas da Microsoft vão pedir a cabeça de Steve Ballmer.
     Em janeiro, Ballmer completou dez anos como principal executivo da Microsoft. Muita gente acha que, durante sua gestão, a empresa perdeu oportunidades e se tornou menos inovadora.  Como resultado, há quem aposte que a cabeça de Ballmer vai rolar. Essa ideia começou a ganhar força depois que a revista americana Newsweek a incluiu entre suas previsões para 2010. Um balanço desses dez anos de reinado revela várias razões por que essa previsão pode se concretizar. Vejamos algumas delas.

Contra Ballmer:
  1. A cotação das ações da Microsoft caiu 50% durante esses dez anos. É um resultado que atinge os acionistas onde eles são mais sensíveis – no bolso.
  2. A empresa gastou tempo e energia demais desenvolvendo o Windows Vista – que desagradou a muitos usuários – e consertando o estrago depois com o Windows 7.
  3. A Microsoft perdeu por nocaute para o Google na disputa pelo mercado de buscas online e anúncios associados a elas. A compra do Yahoo! não aconteceu. E, o Bing, embora ganhe participação no mercado, ainda não é lucrativo.
  4. A Apple ganhou a briga na área de venda de música online, com o iTunes, e de MP3 players, com o iPod. A linha Microsoft Zune nunca chegou a ameaçar o domínio da turma da maçã.
  5. No mercado de celulares, o Windows Mobile, que já chegou a ter mais de 30% de participação, despencou para cerca de 7%, segundo os números mais recentes do Gartner Group.
A favor de Ballmer:

Apesar de todos esses motivos que pesam contra Steve Ballmer, não vai ser fácil a Microsoft se livrar dele. Veja por que:
  1. A década Ballmer na Microsoft não foi só fracasso. O faturamento da empresa quase triplicou nesse período, indo de 23 para 58 bilhões de dólares anuais. A empresa avançou muito na área de software corporativo e se deu razoavelmente bem no mercado de jogos com o Xbox. E o Windows 7 foi, como sabemos, um sucesso. Em um trimestre a empresa vendeu 60 milhões de licenças do sistema operacional.
  2. Ballmer tem personalidade forte e se sai muito bem nos jogos de poder que caracterizam as grandes empresas. Ele não vai largar o osso facilmente.
  3. O executivo foi escolhido pessoalmente por Bill Gates para ser seu sucessor. Se Gates, fundador e maior acionista da Microsoft, resolver demiti-lo, terá de encontrar uma saída diplomática que não comprometa a imagem do executivo.
  4. Não há ninguém com força suficiente para substituí-lo. Essa talvez seja a barreira mais importante. O primeiro escalão da Microsoft é formado por nomes pouco expressivos. Ray Ozzie, o criador do Lotus Notes, parecia ser um candidato anos atrás, quando assumiu o posto que já foi de Bill Gates, de arquiteto chefe de software. Mas sua atuação na Microsoft tem sido tímida. Será que John Sculley* toparia?
*(para quem não se lembra, John Sculley foi o executivo que pôs Steve Jobs para fora da Apple nos anos 80)

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